Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar.
O sujeito “normal” é magro, alegre, belo, sociável e bem sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de forma alguma que está com algum problema. Quem não se “normaliza”, quem não se encaixa nesses padrões acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nos gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.
A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estão outorgando tanto poder só te nossas vidas? Eles não existem!
Nenhum João, José ou Ana bate a sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha ‘presença’ através de modelos de comportamento amplamente divulgados. Só que não existe lei que obrigue a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos. Melhor se preocupar em ser você mesmo!
A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar? Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta!
Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu ‘normal’ e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante.
O normal de cada um tem que ser original. Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos de outros. É fraude!
Uma vida fraudulenta faz sofrer demais.