O município de Maragojipe, conhecido como a capital nacional dos manguezais, sediou o Fórum Internacional de Educação Ambiental em Áreas de Manguezais – Global Mangue, realizado de 17 a 20 de outubro. Durante o evento, representantes de oito estados brasileiros (Bahia, Alagoas, Distrito Federal, Pará, Paraná, Piauí, Santa Catarina e São Paulo), além de cinco países (Costa Rica, Estados Unidos, Holanda, México e Portugal), apresentaram estratégias práticas e debateram em relação à preservação, conservação e desenvolvimento das áreas de manguezais.
Representante do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Aírton Miguel de Grande, destacou o consenso sobre a importância dos manguezais. No entanto, ele ressaltou a necessidade de ir além e sair com a elaboração de um pacto. “Enquanto o consenso nos une em um propósito comum, um pacto se faz essencial para estabelecer diretrizes claras e compromissos concretos de cada parte envolvida, promovendo assim uma preservação mais efetiva e a longo prazo dos manguezais”, explicou.
Eduardo Mendonça Sodré Martins, secretário do Meio Ambiente da Bahia, mesmo com compromisso de governo na capital, dialogou com os participantes do Global Mangue, por meio de uma transmissão virtual: “compreendemos a necessidade de preservar este bioma singular e rico para manter o equilíbrio do ecossistema terrestre. Portanto, após três décadas desde o primeiro encontro, nós, servidores públicos, pesquisadores, membros do movimento social e a sociedade em geral, podemos, também, ser lembrados, nos próximos trinta anos, como aqueles que contribuíram para criar um ambiente ecologicamente equilibrado para as atuais e futuras gerações”.
Durante quatro dias, o Global Mangue ofereceu aos participantes uma variedade de atividades, que abrangeram a educação ambiental, sustentabilidade, comunidades tradicionais, carbono azul e mudanças climáticas. Entre essas atividades, incluíram-se painéis expositivos, palestras, feira de inovações e apresentações multiculturais. Com isso, a programação criou um ambiente propício para a troca de ideias, visando promover a sustentabilidade das áreas de manguezais.
O diretor de Recursos Hídricos e Monitoramento Ambiental do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Antônio Martins Rocha, conduziu uma mesa de discussão no último dia do evento. Ele sublinhou a importância para os profissionais que trabalham com gestão de recursos hídricos de participar de um ambiente tão rico em especialistas e pessoas dedicadas, todos desempenhando papéis de grande relevância em suas áreas de atuação: “esperamos que todas as soluções discutidas no Global Mangue possam ser efetivamente implementadas na prática. Queremos que os trabalhos acadêmicos e as experiências apresentadas aqui se transformem em algo que traga benefícios tangíveis para a sociedade”.
A professora Taíse Bomfim de Jesus, representante da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), enfatizou a participação ativa das universidades públicas baianas para a melhoria do ambiente, especialmente dos manguezais. “Elas não apenas absorvem e incorporam os princípios oferecidos pela academia, mas, também, se esforçam diariamente para aplicá-los. Isso se reflete não só na formação dos estudantes, mas, ainda, na promoção de pesquisas e no avanço da ciência e tecnologia em nosso estado”, pontuou.
O Global Mangue foi organizado pela Fundação Vovó do Mangue, em colaboração com a Secretaria de Meio Ambiente do Estado da Bahia (Sema) e a Prefeitura de Maragojipe, e contou com o apoio institucional do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Além disso, está inserido no programa Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas.
Para assistir todas às palestras, acesse o link oficial da Fundação Vovó do Mangue no YouTube: www.youtube.com/@canalfvm
Fonte: Ascom/Inema