Com patrocínio do Governo do Estado, blocos de matriz africana levam axé ancestral ao circuito da Micareta de Feira

Os afoxés, sambas e outros blocos de matriz africana, que originaram a Micareta de Feira, levaram o axé ancestral ao circuito Maneca Ferreira, nesta sexta-feira (21). Para garantir a participação de 16 entidades, o Governo do Estado investiu R$ 700 mil no carnaval fora de época de Feira de Santana. Além de financiar as agremiações locais, a Secretaria da Cultura (Secult-BA) também apoia as apresentações de grupos estabelecidos na Bahia, como a Banda Didá, Afoxé Filhos de Gandhy e Malê de Balê.  

A Mãe Dete de Ogum, ou Valdete Lima, é a fundadora do Afoxé Filhos de Oguian, uma das atrações patrocinadas pela Secult. “O Afoxé é muito importante, porque desde 1990 a gente vem para a avenida, com muito amor. Agora, o Afoxé é patrimônio histórico do Estado da Bahia e a gente vem lutando, com a ajuda do governo estadual, e vem com muita alegria se mantendo. O Afoxé é tudo para nós, é tudo de bom, é amor”. 

Diana Carneiro, coordenadora da agremiação, conta que a entidade carnavalesca reúne cerca de 500 pessoas em atividades como costura, ornamentação e organização para que tudo saia perfeito no desfile. “Sempre que termina uma micareta a gente já se organiza para a próxima porque o trabalho é grande e envolve muita coisa e a gente sempre quer fazer melhor do que no ano anterior. Isso é cultura, é religião, que fazem parte da festa que já acontece em Feira de Santana há muito tempo. Quem participa, participa porque gosta, por amor”, relatou.  

blocos de matriz africana Micareta de Feira
Foto: Joá Souza/GOVBA 

Cultura ancestral

Segundo o titular da Cultura, Bruno Monteiro, a Secult apoiou ao todo 23 atrações, incluindo as 16 entidades afro e outros artistas com expressão estadual e nacional. “Mas é essa cultura ancestral que dá todo o sentido a esta festa, enriquece essa grande manifestação cultural que é a micareta, trazendo a força da tradição, das nossas raízes. Então, é uma satisfação muito grande ver essa avenida tomada também pelos afoxés”. 

Ao todo, contabiliza o secretário, a Secult destinou R$ 1 milhão na festa. “Sem isso não existe carnaval, não existe micareta. A cultura tem essa base, tem essa identidade, tem essa construção que vem da ancestralidade, da raiz. Então, quando a gente pode valorizar isso, apoiar para que as coisas aconteçam com toda a sua grandeza, isso dá mais sentido”, pontuou. 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui