Temos visto ultimamente uma incidencia muito grande de ataques de cães da raça pitbull. Semana passada, no Rio de Janeiro, a escritora Roseana Murray sofreu um ataque em que perdeu parte de um dos braços e uma das orelhas. Esta semana, em Salvador, mais um ataque, desta vez a um cão chamado Garoto, acendeu a discussão sobre os cuidados com animais de raças consideradas com “potencial de letalidade maior”.
Nem consigo imaginar viver uma situação como estas com a Brisa, e até comigo mesma.
O que fazer em caso de ataque de um cão?
Cabe destacar que não é só o pitbull que pode atacar. O adestrador Armando Gomes explica que qualquer raça pode ser agressiva, mas aquelas tidas como de guarda e de proteção causam um dano maior, como Pastor Alemão, Rottweiler, Pastor Belga Malinois, Fila Brasileiro, Cane Corso, Dogo Argentino e até mesmo os mestiços sem raça definida.
Em se tratando de um pitbull, devido ao estigma da raça, até os cães mais tranquilos são considerados violentos pelas pessoas. Ações preventivas são essenciais para evitar um ataque.
A primeira dica ao avistar um cão correndo em direção ao seu melhor amigo é a de carregar o pet, seja ele filhote ou adulto, e procurar um local alto, como o teto de um carro ou em cima de um muro, para colocá-lo e protegê-lo do ataque.
Se conseguir visualizar o perigo com antecedência, o tutor deve desviar o caminho, atravessar a rua, por exemplo, ou até mesmo dar meia volta.
Se o ataque ocorrer, o adestrador alerta para algumas ações do tutor, que por impulso ou desespero, podem ter efeito contrário. NÃO BATA NO ANIMAL, porque desperta o instinto de caça e faz com que o cão morda ainda mais. Segurar as patas traseiras ou montar em cima do cão podem provocar uma TRANSFERÊNCIA DE ALVO, ele vai largar o cachorro e começar a atacar a pessoa que está realizando a intervenção.
O melhor a fazer é a ASFIXIA MECÂNICA. Enrolar a guia do animal, ou até mesmo um cinto ou uma corda, em volta do pescoço do cachorro que está mordendo e apertar até ele ficar sem ar. Desta forma, ele vai abrir a boca para poder respirar e automaticamente vai soltar o pet ferido.
Gomes ressalta que o intuito não é tirar a vida do animal e nem provocar maus tratos, mas realizar uma manobra que garanta salvar o bicho que está sendo atacado.
Importante lembrar que em Salvador, a lei municipal nº 9.118/2016, no artigo 11, diz: “Os cães de grande ou gigante porte e/ou bravios deverão estar sempre acompanhados do responsável, além de ser obrigatório o uso de guia e focinheira quando em ambiente público ou privado de uso coletivo”.
Para nós, amantes dos pets, pais de pets, o bom senso deve prevalecer. Cumprir as normas e respeitar o próximo são sinônimos de cuidado e amor com nossos melhores amigos. Afinal, a responsabilidade de um ataque é do tutor.
Artigo/Por: Maíra Portela