Gestão Bruno Reis toma decisões sem dialogar com a população, denuncia jornalista

A falta de espaço para a participação popular nas decisões importantes para Salvador, principalmente aquelas que envolvem o coletivo dos moradores da cidade, foi duramente criticada pelo jornalista Onã Rudá, convidado do Podcast 15 em Ponto desta quarta-feira (2). Em entrevista com o candidato a prefeito pelo MDB, Geraldo Junior, o ativista dos direitos LGBTQIAP+ lamentou a postura da atual gestão municipal, que, segundo ele, não dialoga com a população e tenta esconder os problemas da cidade.

“A tradição é truculência, a tradição é violência, a tradição é perseguição. É assim que esse pessoal opera em Salvador”, desabafou Rudá, apontando a ausência de consulta popular na realização de grandes licitações e eventos. Como exemplo, o jornalista citou a questão do transporte público e a exclusão das mais de 100 linhas de ônibus por parte do atual prefeito Bruno Reis (União Brasil).

“Quem é que mais usa o transporte público? As pessoas da cidade, a grande maioria, não tem espaço pra gente tentar e dizer o que elas pensam do transporte. Não tem estrutura democrática. O tecido democrático da cidade foi destruído. A gente não tem lugar pra poder falar nada sobre o que a gente quer, o que a gente pensa. Eles não escutam. É tudo goela abaixo”, afirmou o ativista.

Com a presença da candidata a vice-prefeita, Fabya Reis, e da jornalista Naiara Oliveira, o podcast também discutiu a precária situação dos serviços municipais. Onã Rudá sinalizou o negacionismo da atual gestão sobre a situação dos postos de saúde de Salvador e relatou que já sofreu na pele a falta de atendimento por ausência de profissionais especializados na rede municipal, sendo necessário recorrer à rede privada.

Geraldo garantiu no podcast desta quarta que, caso eleito, vai unificar o município, realizando uma gestão para a cidade inteira, sem diferenças de tratamento entre as regiões mais ricas e as mais pobres.

“Antes de nós prepararmos a cidade para os turistas, nós temos que preparar a cidade para onde as pessoas moram, onde vivem as pessoas. Salvador não suporta mais ser a capital da desnutrição infantil, da desocupação. Salvador não quer mais continuar a ser enxergada de fora só como a cidade do verão e das festas”, concluiu o candidato apoiado pelo presidente Lula (PT).

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