Ataques de Pitbull, de quem é a culpa?

Ao ler este título certamente você pensou no cachorro. Infelizmente a maioria das pessoas atribui a culpa dos ataques de pitbull aos animais e ao instinto da raça.

A verdade é que muitos tutores possuem cães sem conhecer direito a raça que escolhem cuidar, não entendem as necessidades dos bichos, e muito menos a responsabilidade que possui ao decidir ter aquele animal de estimação.

O pibull, por exemplo, pode ser uma bomba relógio. É o que explica o especialista em comportamento animal e adestrador, Armando Gomes. “Ele é um cão que precisa de atividade, de um manejo adequado, de socialização, e quando falta isso, essa necessidade pode virar um gatilho”, alerta.

Com 30 anos de experiência com cães de raças com características de guarda e proteção, Gomes já perdeu as contas de quantos pitbulls adestrou ao longo da carreira. Diferente do que se imagina, o pitbull é uma raça com grande poder de atividade, principalmente esportivas, mas que também pode ser de guarda, se for feito um trabalho direcionado.

“As pessoas precisam entender que para fazer aquisição de uma raça dessa é preciso conhecer a árvore genealógica, conhecer a descendência, os ancestrais desse cão. Ele descende de cães equilibrados, são cães tranquilos? E adquirir esses cães nos lugares certos. Só que a grande maioria das pessoas buscam de qualquer forma, sem nenhuma referência”, salienta.

A forma correta de se criar o pitbull seria socializá-lo o máximo possível com a família desde filhote, e deixar bem definido qual o objetivo de ter um cão como este: guarda e companhia, só para guarda (residência ou empresa), só para companhia. Além de buscar ajuda com um profissional para adestrar, orientar sobre o manejo e as necessidades da raça e daquele animal.

Uma coisa é certa. Nenhum tutor deveria depender de legislação para tomar os cuidados devidos e atuar de forma segura para si mesmo, para o animal e para terceiros. Gomes alerta para a forma correta de introduzir a focinheira na rotina de passeios do cão, que deve ser de forma gradual, sempre com reforço positivo para o animal entender que aquele objeto é tão bom quanto a coleira e o peitoral. O ideal é escolher modelos mais confortáveis para o animal, como as de silicone, por exemplo, que são resistentes e permitem o cão respirar, beber água, latir, comer petisco, ele só não consegue morder.

Vale lembrar que os tutores são os responsáveis pelos animais e cabe ao poder público fiscalizar as leis existentes e educar a população para exercer a guarda responsável dos animais de estimação.

Artigo/Por: Maira Portela

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